ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA
Perceber a relevância na carreira do maior cineasta brasileiro da atualidade é curioso e nos faz voltar alguns anos, quando colocou inúmeros atores desconhecidos numa trama complexa, cheia de reviravoltas e montagem entrecortada no Oscar. ‘Cidade de Deus’ virou sinônimo pop, ultrapassando as fronteiras imagináveis no início das gravações. Logo, Fernando Meirelles injetou sua alma no primeiro trabalho internacional que foi ‘O Jardineiro Fiel’, com Rachel Weisz e Ralph Fiennes, num thriller impactante.
Seria fácil produzir alguns blockbusters e faturar milhões dali em diante, mas ele escolheu ir para outra difícil adaptação. ‘Ensaio sobre a Cegueira’ (baseado no livro escrito por José Saramago), fala sobre uma epidemia contagiosa que assola várias pessoas. Há inúmeras camadas e visões no contexto geral, cita racismo, incapacidade governamental, despreparo da sociedade atual para algo desconhecido, percepção sobre a nossa fragilidade em relação ao mundo, tudo colocado acertadamente nos 120 minutos aproximadamente. Ponto positivo vai para a fotografia esbranquiçada, provando quão inovadoras e precisas são as câmeras do diretor.
Juliane Moore (‘Evolução’) recupera o fôlego na carreira, dando ritmo dinâmico numa personagem que poderia cair naquele melodrama boboca. Já Mark Ruffalo (‘Zodíaco’) e Danny Glover (‘Jogos Mortais’) começam tímidos, mas crescem no desfecho, Gael Garcia Bernal (‘Babel’) é competente até a medula e Alice Braga (‘Cidade Baixa’) reafirma a condição de ótima atriz.
Num país lotado de diversas racial, povos e credos, ‘Ensaio sobre a Cegueira’ desfere um soco no estômago e abre nossos olhos para as tais “enfermidades sociais”. Saí do cinema praticamente renovado. A única coisa estranha é que alguns críticos não assistiram a mesma obra que eu, ou então, a “cegueira branca” tenha afetado suas visões, algo nitidamente preocupante.
NOTA: 9,0
ORÇAMENTO: 25 Milhões de Dólares
10 COMMENTS
Estou querendo mutio assistir o filme “Ensaio sobre a Cegueira”, já havia visto seu making off na HBO há meses atrás e acheia muito interessante…Além do que, se tratando de uma obra de José Saramago, não tem como não surtir intiresse!
Agradeço pela sua visita em meu blog, continue sempre que puder!
http://www.sopadasletras.blogspot.com
Opa
parece ser otimo esse filme mesmo
vamos assistir para ter uma ideia
abraços
Esse filme já está na minha lista, tão logo tiver um tempo, assistirei. Estou um pouco reticente com a Moore, não gosto muito do trabalho dela.
Tô querendo ver esse filme e agora que você o aprovou, vou vê-lo com certeza, hehe
Obrigada pelo post no meu blog.
Cinema e Pipoca arrasando como sempre!
Beijos maninho!!!!!
Adaptar um livro praticamente impossivel de ser adaptado e ainda assim conseguir fazer o proprio escritor sentir a mesma coisa que sentiu quando escrevia o livro não pode ser menos que um trabalho incrivel.
É um filme incomodo e deve ter sido por isso que a recepção não foi a esperada, mais acredito que com o tempo os aplausos da imprensa mundial virão. Também daria 9!!
Abraço
http://verseries.wordpress.com/
Dá curiosidade de conhecer como foi a adaptação às telonas de um livro que parece ser deveras complexo.
Obrigada pelo elogio ao meu texto “Desmemórias”. Acho que ter um pouco de conhecimento de causa sobre o assunto tratado foi importante para desenvolvê-lo bem. rs.
Um abraço.
opa
jah passei por aki ontem
e passando de novo pra dexa um alô
hehe
abraços
http://nalinhadefundo.blogspot.com/
já é o segunto texto que leio queelogia este filme.
ainda estou meio desconfiada, mas vou assistir, afinal não custa nada. só ingresso do cinema, a pipoca, e as guloseimas, ou da locadora mesmo.
Se o filme for tão bom quanto o livro…
Presente pra nós, fãs de Saramago, e brasileiros que acreditam na força do cinema nacional!
Dá-lhe Brasil…
belo blog.